02/10/2010

Resumos para XVI Fórum de Letras da UNAMA

SESSÃO COORDENADA
PRÁTICAS DISCURSIVAS EM SALA DE AULA
Sueli Pinheiro da SILVA (UEPA)

O ensino e a aprendizagem de língua portuguesa tem sido palco de grandes conflitos, seja para o professor que ensina uma língua que todos já falam, seja para o aluno que encontra na escola a imposição de práticas de linguagem que pouca ou nenhuma relação tem com as que ele precisa para interagir em diferentes situações de uso da língua. Nas últimas décadas o ensino tradicional tem sido alvo de muitas críticas, dada à ineficácia de seus resultados. Entender a língua como estrutura não foi suficiente para desenvolver no seu falante, usuário ou utente a competência comunicativa necessária sequer para o razoável exercício de sua cidadania. A partir de tal cenário, se fizeram necessários estudos voltados para rever ou potencializar nossas práticas de ensino, bem como para o modo de constituição de aprendizagens na e sobre a língua. Portanto, é necessário perceber a língua como constituidora de discursos, posto que o que é linguístico é também discursivo. Nessa perspectiva, os estudos bakhtinianos nos deixam incontestável contribuição, visto que a língua é dinâmica e serve a propósitos discursivos de naturezas diversas para manifestar atos para e sobre o outro. A presente discussão pauta-se na necessidade de rediscutir não apenas o resultado, mas o processo em que se inserem nossas práticas de ensino e aprendizagens concomitantemente. Para isso é necessário considerar as práticas discursivas factualizadas na sala de aula de modo a superar aquelas historicamente legitimadas pelas práticas tradicionais de ensino.
Palavras-chave: ensino de língua; práticas de linguagem; práticas de ensino.
PERGUNTAS E RESPOSTAS NUMA INTERAÇÃO EM AMBIENTE ESCOLAR

Maria da Conceição AZEVÊDO (Universidade Federal do Pará)

O diálogo em ambiente escolar envolve seus participantes em atividades diferenciadas daquelas que se dão em outras interações face a face. Este trabalho apresenta uma reflexão sobre as funções do par dialógico Pergunta-Resposta (FÁVERO, ANDRADE, AQUINO, 2006; SILVA, 2006) numa aula de leitura, para uma turma de segundo nível do Curso de Letras. A análise das trocas dialogais aponta a utilização da pergunta como recurso central na interação didática, além de demonstrar que as relações discursivas organizam de maneira singular os papéis dos participantes e as funções dos atos praticados, numa configuração discursiva própria de um ambiente de ensino institucional (GERALDI, 1997).

PALAVRAS-CHAVE: diálogo escolar; pergunta-resposta; aula de leitura.

INTERTEXTUALIDADE NAS PRODUÇÕES DE ALUNOS DA 5ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL
Isabel Cristina França dos Santos RODRIGUES (SEDUC/SEMEC/PPGED-UFPA)

O presente trabalho expõe o resultado de uma pesquisa-ação. Ele traz à tona produções textuais que servem para discutirmos os mecanismos de escrita utilizados pelos sujeitos em seus textos. Partimos do pressuposto bakhtiniano da compreensão responsiva ativa de que os educandos diante de uma atividade de produção textual escolar não são passivos. Desse modo, desenvolveu-se um trabalho que pretendia valorizar práticas sociais de contar lendas presentes no repertório cultural dos alunos. Isso nos possibilitou analisar questões pertinentes à retextualização e à intertextualidade, que perpassam, consciente ou inconscientemente, a produção escrita em sala de aula.

PALAVRAS-CHAVE: Letramento. Gêneros do discurso. Intertextualidade.

ALGUNS ASPECTOS MULTISSEMIÓTICOS NA CONSTRUÇÃO DA EXPOSIÇÃO ORAL
Jane M. ALVES (SEDUC)
O estudo realizado se particulariza nos modos singulares como alunos da 3ª série do ensino fundamental se apropriam do gênero oral- a exposição- dentro do contexto das práticas de ensino-aprendizagem. A partir de uma abordagem etnográfica colaborativa assentada em uma relação de parceria entre os envolvidos na ação foi possível desvelar fenômenos como os gestos e a postura utilizados durante as exposições orais dos aprendentes. Para tanto, são convocados os estudos enunciativo-discursivo (BAKHTIN 2003, 2006), sócio-histórico (Vigotsky, 1998), discursivo-semiótico (KRESS e JEWITT, 2003) e o estudo acerca da sequência didática (Schneuwly e Dolz, 2004). Assim, as ações e os resultados obtidos se efetivaram nesses modos multimodais.

Palavras-chave: apropriação; exposição oral; ensino-aprendizagem; modos multimodais.

TRABALHO DOCENTE NA ESCOLA – USINA:
MODOS DE DIDATIZAÇÃO DE OBJETOS GRAMATICAIS


Débora Cristina do Nascimento FERREIRA (SEDUC)

O presente artigo tem como finalidade discutir o processo de didatização de objetos gramaticais em uma aula de Língua Portuguesa para uma turma do 1° ano do Ensino Médio. Para concretização deste objetivo, recorremos ao aporte teórico que concebe a docência como trabalho (Tardif e Lessard, 2009), os estudos produzidos pelo grupo de didática das línguas de Genebra, coordenado por Schneuwly, Dolz e colaboradores (2000, 2001, 2005), que têm pesquisado os modos de construção de objetos de ensino no seio das práticas didáticas por intermédio do trabalho do professor, bem como as contribuições sobre o ensino de Língua Portuguesa defendidas por Britto (1997), Batista (1997) e outros. A análise dos dados sinalizou para o predomínio de práticas de ensino de português consideradas tradicionais, as quais são somadas a elementos que reconfiguram esse tipo d e ensino ao tempo e ao espaço em que são efetivadas as aulas. A relevância do estudo reside em discutir o processo de didatização em que os objetos de ensino de natureza gramatical são instituídos como objetos efetivamente ensinados por intermédio do trabalho docente, realizado em um contexto institucional particular da cidade de Belém.

Palavras-chave: Trabalho docente. Ensino de Língua Portuguesa. Objetos gramaticais

Comentários:
"É importante conhecer certos aspectos em detrimento de outros e assim, ao assumir um ou outro ponto de vista, contruimos o nosso objeto de estudo.
Parabéns pelo trabalho professores!"

Nete- 6 de outubro de 2010 13:56

"Oi, pessoal:
Que legal que vocês descobriram o meu blog tão recente...Estou gostando dessa vida de internauta, mas tenho que sincronizar as minhas outras atividades com esta. Parabéns pela organização do blog!!! Muito boa."
Anna Christina Bentes-8 de outubro de 2010 22:11

"Muito esclarecedora esta argumentação. Nos faz pensar sobre as críticas destrutivas e ver se estamos dando ouvidos a elas, se estamos nos deixando levar pelo que escutamos, não pelo que analisamos. Lendo o artigo, podemos concordar com a visão plena do autor do texto, saber que para o ensino de língua ter sucesso as práticas de linguagem e de ensino têm de se complementar de alguma forma.
A pergunta e a resposta são essenciais para a construção de um diálogo, assim como para uma aula de leitura interativa e produtiva. O diálogo escolar, antes considerado desrespeito, é hoje, para os maiores profissionais da educação, indispensável para uma boa formação.
Trabalhos como esse ajudam as crianças a serem melhor entendidas pelos docentes, e ajudam os mesmos a identificar os erros no letramento da criança e corrigi-los da melhor forma possível. Intertextualidade sempre é eficiente, assim como a exploração dos gêneros do discurso.
A exploração destes métodos implícitos na exposição oral foi bem colocada, beneficiando os modos multimodais de aprendizagem e na apropriação de conhecimento.
O trabalho do docente no ensino da língua portuguesa mostra que a fusão de objetos gramaticais tradicionais e revolucionários é um sucesso, contribuindo para uma maior aprendizagem".

Graciete- 18 de outubro de 2010 15:25

4 comentários:

Unknown disse...

É muito bom conhecer certos aspectos em detrimento dos outros e assim, ao assumir um ou outro ponto de vista, construimos nosso objeto de estudo.
Parabéns pelo trabalho das professoras !

Unknown disse...

É importante conhecer certos aspectos em detrimento de outros e assim, ao assumir um ou outro ponto de vista, contruimos o nosso objeto de estudo.
Parabéns pelo trabalho professoras!

Anna Christina Bentes disse...

Oi, pessoal:

Que legal que vocês descobriram o meu blog tão recente...Estou gostando dessa vida de internauta, mas tenho que sincronizar as minhas outras atividades com est Parabéns pela organização do blog!!! Muito boa.

Graciete disse...

Muito esclarecedora esta argumentação. Nos faz pensar sobre as críticas destrutivas e ver se estamos dando ouvidos a elas, se estamos nos deixando levar pelo que escutamos, não pelo que analisamos. Lendo o artigo, podemos concordar com a visão plena do autor do texto, saber que para o ensino de língua ter sucesso as práticas de linguagem e de ensino têm de se complementar de alguma forma.
A pergunta e a resposta são essenciais para a construção de um diálogo, assim como para uma aula de leitura interativa e produtiva. O diálogo escolar, antes considerado desrespeito, é hoje, para os maiores profissionais da educação, indispensável para uma boa formação.
Trabalhos como esse ajudam as crianças a serem melhor entendidas pelos docentes, e ajudam os mesmos a identificar os erros no letramento da criança e corrigi-los da melhor forma possível. Intertextualidade sempre é eficiente, assim como a exploração dos gêneros do discurso.
A exploração destes métodos implícitos na exposição oral foi bem colocada, beneficiando os modos multimodais de aprendizagem e na apropriação de conhecimento.
O trabalho do docente no ensino da língua portuguesa mostra que a fusão de objetos gramaticais tradicionais e revolucionários é um sucesso, contribuindo para uma maior aprendizagem.