30/10/2010

Leitura do livro “Para uma filosofia do ato responsável” de Mikhail M. Bakhtin

Alguns pontos de discussão:
És responsável pelo ato de julgar. A escolha é individual. A formação do juízo não é individual. O juízo é um ato cognitivo histórico-individual.


A atividade é de minha responsabilidade. Eu sou responsável pela minha atividade, sou responsável pelo juízo dessa atividade.


A ciência da razão criou um ser humano historicamente inexistente, uma consciência em geral, inexistente que se opõe ao ser humano real, pensante incorporado no mundo. Não dá para separar o homem do mundo real. É como se a inteligência não precisasse da realidade para criar. A inteligência inexiste fora do ser humano efetivo.


Quando separamos o juízo da unidade de ação-ato historicamente real não há o evento do existir. Os juízos de valor inexistem sem o sujeito real. Eu julgo que é importante trazer essa tecnologia para essa escola (ex. uma maquina de Braille), só que não existe um sujeito para utilizá-la, uma pessoa cega, nem um professor que a domine. Esse ato é irresponsável, não tem razão de existir.


Bakhtin está tentando desconstruir a dicotomia entre juízo e ato.


É aterrorizante usar a tecnologia desvinculada da unidade singular do existir. Os atos irresponsáveis quando não tem imbricamento entre conteúdo e sentido ficam esvaziadas. As políticas públicas de enviar computadores para escolas vai contra a realidade de algumas escolas que sequer não tem salas para instalar esses equipamentos. A tecnologia não tem razão de existir sem o uso efetivo dela. A escrita não tem razão de existir sem uso efetivo.


Algumas ciências não consideram a historicidade. Se uma teoria fica só na abstração, ela não tem razão de existir. Ela não serve para um ato responsável. Se a teria não se materializar em uma prática, em um ato, não tem razão de ser.


As teorias fechadas as suas fronteiras, autonomia independente do mundo real, inviolável. O conhecimento fechado, abstrato não serve para o mundo real.


Se o mundo teórico fosse de fato autônomo, ele existira sem mim. Há um equivoco que uma estrutura abstrata se sustente por si só. Sem o real, a abstração não existiria.


O conteúdo-sentido é o resultado do juízo. O juízo é construído socialmente. Não se dicotomiza juízo de prática. O conteúdo-sentido decorre de nosso ato.

2 comentários:

Unknown disse...

De q adianta teoria desvinculada de sentido e prática. A construção do conhecimento precisa seguir etapas de acordo com a capacidade de abstração de seu público/discentes...

Unknown disse...

Teoria vinculada a sentido e prática. P/ tanto deve se considerar contextos e capacidades de abstração, se tornando um ato responsável.
Pois uma teoria só serve se conseguir alcançar as mentes q julga abordar.