27/05/2011

“Se nos calarmos, as florestas gritarão”

Vejam o quão triste ainda é nossa realidade social...Carta da CPT sobre o assassinato de trabalhadores rurais no Pará.



A Coordenação Nacional da CPT, reunida em Goiânia para uma de suas reuniões ordinárias, recebeu com extrema tristeza e indignação a notícia do assassinato do casal Maria do Espírito Santo da Silva e José Cláudio Ribeiro da Silva, ocorrido na manhã do dia 24 de maio, no Projeto de Assentamento Extrativista, Praia Alta Piranheira, no município de Nova Ipixuna, sudeste do Pará.

Esta é mais uma das ações do agrobanditismo e mais uma das mortes anunciadas. O casal já vinha recebendo ameaças de morte. O nome deles constava da lista de ameaçados de morte registrada e divulgada pela CPT. O de José Cláudio em 2009 e em 2010, e o de sua esposa Maria do Espírito Santo, em 2010 (seguem em anexo as duas listas). Esta lista, junto com a dos assassinatos no campo de 1985 a 2010 foi entregue ao Ministro da Justiça, no ano passado. Mas nenhuma providência foi tomada.

José Cláudio e Maria do Espírito Santo se dirigiam de moto para a sede do município, localizada a 45 km, ao passarem por uma ponte, em péssimas condições de trafegabilidade, foram alvejados com vários tiros de escopeta e revólver calibre 38, disparados por dois pistoleiros que se encontravam de tocaia dentro do mato na cabeceira da ponte. Os dois ambientalistas morreram no local. Os pistoleiros cortaram uma das orelhas de José Cláudio e a levaram como prova do crime.

Registra nota CPT de Marabá, que esteve no local do crime.

José Cláudio e Maria do Espírito Santo foram pioneiros na criação da reserva extrativista do Assentamento Praia Alta Piranheira no ano de 1997. Devido à riqueza em madeira, a reserva era constantemente invadida por madeireiros e pressionada por fazendeiros que pretendiam expandir a criação de gado no local.

Mas nossa indignação aumentou com a notícia, veiculada pelo jornal Valor Econômico do dia de hoje, 25, de que o deputado José Sarney Filho ao ler, em plenário, a reportagem da morte dos dois lutadores do povo, foi vaiado por alguns deputados ruralistas e pessoas presentes nas galerias da Câmara Federal, que lá estavam para acompanhar a votação do novo Código Florestal. Este fato nos dá a exata dimensão de como a violência contra os trabalhadores e trabalhadoras do campo é tratada. Certamente a notícia

destas mortes foi recebida com alegria em muitos espaços, pois mais um “estorvo” no caminho dos ruralistas e dos defensores do agronegócio foi removido.

A Coordenação Nacional da CPT reafirma a responsabilidade do Estado por este crime. A vida das pessoas e os bens natureza nada valem se estes se interpuserem como obstáculo ao decantado “crescimento econômico”, defendido pelos sucessivos governos federais, pelos legisladores do Congresso Nacional que aprovam leis que promovem maior destruição do meio ambiente, e pelo judiciário sempre muito ágil em atender os reclamos da elite agrária, mas mais que lento para julgar os crimes contra os camponeses e camponesas e seus aliados. A certeza da impunidade alimenta a violência.

Parafraseando o Evangelho, não podemos nos calar diante desta barbárie, pois se nos calarmos, as florestas falarão (Lc 19,40).

Goiânia, 25 de maio de 2011.

Coordenação Nacional da CPT

24/05/2011

Comunicação no 4º SBECE e 1º SIECE.

O professor José Anchieta Bentes apresentou hoje, pela parte da tarde, a comunicação “Construção de um paradigma para analisar o fenômeno da (a)normalidade”, no 4º Seminário Brasileiro de Estudos Culturais e Educação (4º SBECE) e 1º Seminário Internacional de Estudos Culturais e Educação (1º SIECE). Os seminários estão acontecendo de 23 a 25 de maio de 2011 em Canoas - Rio Grande do Sul.




O resumo da apresentação:

Construção de um paradigma para analisar o fenômeno da (a)normalidade



Os estudos da deficiência relacionam pesquisas da questão social da deficiência com os estudos sobre raça, gênero, classe social, nacionalidade, arte e outros. Tais estudos pretendem constituir um agrupamento instável com interesses os mais diversos, unidos pela reivindicação contra os padrões de normalidade que oprimem e rejeitam os corpos anormais. Este trabalho tem a orientação epistemológica dos estudos socioculturais da deficiência, que em linhas gerais pretende uma revisão da dicotomia entre corpo normal versus anormal. Tal escolha não tem a intenção de negar a construção teórica desenvolvida para diagnosticar e prevenir que crianças nasçam com alguma lesão ou a adquiram em decorrência de acidente; também não pretende subestimar os avanços realizados pela pesquisa experimental, que descrevem comportamentos previsíveis na aquisição de informação conceitual e nos processos de compreensão de leitura e fala de vocábulos ou sentenças em crianças com ou sem deficiência. Almeja-se, no entanto, centrar o objeto de estudo na sociedade, na cultura que reproduzem discursos a respeito dos corpos lesionados. O objeto de estudo são as representações ou discursos que regulam o modo de pensar sobre as pessoas deficientes. Essas representações são a respeito dos procedimentos metodológicos, das escolhas dos objetos e instrumentos de ensino, dos procedimentos avaliativos, dos fatos e conflitos que ocorrem no campo de trabalho, das funções do ensino especial e inclusivo, das aprendizagens dos alunos e das políticas públicas que foram desenvolvidas nas escolas. A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas, das quais se depreendem discursos de representações sociais das professoras que atuaram em duas escolas especiais de surdos: O Instituto Nacional de Surdos (INES), localizada no Rio de Janeiro-RJ e a Unidade de Educação Especial Professor Astério de Campos (UEESPAC), localizada em Belém-Pa. O papel do pesquisador, neste caso, é filtrar as representações dadas pelos participantes, buscando razões que expliquem as suas participações nos fatos relatados. Os resultados indicam discursos capacitistas e normalizadores, mas também, já se constata afirmações e ações que no trabalho docente vão ser caracterizados de disnormalizadores.

15/05/2011

II COLÓQUIO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO EM LÍNGUA E LITERATURA DOS PROFESSORES DO DLLT

Dias: 16 e 17 de junho de 2011, quinta-feira e sexta-feira,
Local: no auditório da UEPA - CCSE.
Comunicações: de acordo com a programação do evento, ainda em fase de construção, ocorrerá a apresentação de dezesseis comunicações, que serão distribuídas nos turnos da manhã e da tarde. Para a escola, daremos prioridade para os trabalhos já concluídos recentemente ou em andamento que não foram apresentados no I Colóquio.
Período de inscrição: 30/05 A 10/06/2011
Local de inscrição: Secretaria dos Departamentos (9 h às 18 h no CCSE / bloco I - 1º andar)
Público-alvo: profissionais e alunos da área de letras e áreas afins interessados no evento.
Mais informações: 4009-95-25 – DLLT

Relato da reunião do GELPEA 14/05/2011


Dia: 14 de maio de 2011 - 15 as 18:30 horas. Local: Escola Astério de Campos.
Presentes: Jane, Anchieta, Micheline, Sueli, Débora, Rita Bentes, Berna, Patrícia e Fátima.
Pauta: 1) Discussão sobre o texto objeto de ensino


2) Informes


Texto: Objeto de Ensino (SCHNEUWLY, 2011)
• Três objetivos: a) definir o objeto ensinado; b) delimitar o objeto de pesquisa e a unidade de análise – a sequência; e c) primeiras pistas metodológicas – ensino de dois objetos de ensino - objeto gramatical e o objeto de leitura;


• Ponto de partida: a discussão sobre transposição didática- transformação do objeto de saber – objeto a ser ensinado – objeto ensinado (resultado de uma sequência de ensino), o que este saber pode trazer para o social, de benefício para as pessoas;


• Saber de referência – objeto a ser ensinado – objeto ensinado. Gera um percurso que cria elo com a cultura escolar, as disciplinas escolares. Os saberes passam pela disciplinarização em todas as disciplinas: uso assuntos eleitos nessa cultura, terminologia específica, uso da linguagem escrita verbal. O aluno é forçado a adequar-se a este contexto;


• Movimento de transposição externa e a transposição interna;


• Discussão sobre objeto de ensino, objeto ensinado;


• Existem conteúdos: factuais, atitudinais, procedimentais – PCN;


• Diferenças ocorridas no seio da escola: mudanças em relação aos modos de abordar os objetos, novos modos de comportamento do aluno, mudança de objetos a ensinar, introdução de novos objetos, contextualização da gramática a ser trabalhada em outros objetos, a discussão em torno da sedimentação das aulas, as mesclas entre objeto gramatical e o objeto de ensinar gêneros;


Muitos professores julgam trabalhar gêneros, embora usem o gênero para leitura e gramática, tendo o conteúdo em que o professor foi formado e ao lado um objeto complexo para didatizar: o gênero. Percebemos que o gênero não é usado só como pretexto, mas vai além. Até que ponto o gênero está sendo didatizado ou não, em que instância ocorre somente o uso desse objeto como pretexto, até que ponto o professor ou o nosso aluno da graduação está preparado para efetivar este trabalho; “um conjunto de camadas sedimentadas de objetos de ensino e de práticas em reciprocidade que entram em interação com aquilo que a ela vem-se juntar.” (p.6).


• As diferenças existentes entre os modos de didatizar objetos de ensino. As diferenças entre as sequências operadas pelo mesmo professor, por diferentes professores, como os alunos do estágio também fazem a didatização dessas sequências. A discussão, por exemplo, sobre a questão dos módulos das sequências, um módulo pode está apresentado em várias aulas ou um módulo pode está organizado em uma única aula. A organização desse módulo em diferentes níveis de complexidade, tematizando sobre a estrutura temática, composicional, gramatical.


• Topogenese-cronogenese - teoria da forma escolar- espaço-prédio, o tempo da aula, da escola; relação didática- papéis institucionais: instrumentos e de certo poder, autoridade - materiais e simbólicos- poder de coerção, o aluno está submetido a este aparato;


• Modelização didática implica elementarização dos saberes, transformação da função dos saberes - didatização efetiva dos saberes;


• Sequência de ensino - todo objeto faz parte de um objeto que o engloba, todo objeto é decomposto, elementarizado em unidades menores, continuidade de trabalho, atividades articuladas, início e um fim delimitados, possibilidade de recobrir, mas a aula, gênero, não é linear.


INFORME
• II Colóquio de Pesquisa, Ensino e Extensão será realizado pelo DLLT da UEPA, sob a coordenação da Profª. Sueli Pinheiro da Silva, em parceria com os grupos de estudos e pesquisas ligados ao CNPq. Neste evento teremos mesas-redondas intercaladas com apresentação de comunicações e relatos de experiência. Período do evento: 16 e 17 de junho de 2011. As inscrições encerram dia 10 de junho para apresentação de trabalhos.
• A professora Patrícia e a professora Berna participarão do 18º INPLA - Intercâmbio de Pesquisas em Linguística Aplicada Pontifícia Universidade Católica-SP. • sessão coordenada. • comunicação. • pôster São Paulo - PUC 23 a 25 de junho de 2011. Na próxima reunião, ocorrerá a pre-apresentação das professoras.

10/05/2011

Próxima reunião do GELPEA - Convite

Convidamos a tod@ para a próxima reunião do GELPEA


Dia: 14 de maio,
Hora: 15 horas
Local: Escola Astério de Campos
Pauta:

1) Apresentação do texto “O objeto ensinado” de Bernard Schneuwly - Rita Leal, Rita Bentes,Berna;
2) texto 2: “O trabalho docente” de Bernard Schneuwly - Rita Leal e Rita Bentes.
3) Texto 3: Fazeres científicos, fazeres pedagógicos” de Geraldi - Suzanny.
4) Confirmação dos nomes para apresentação no Colóquio de pesquisa da UEPA “Língua e Literatura”.
5) Informes

08/05/2011

Calendário de Eventos 2011

Grupo de Estudos Linguísticos e Práticas Educacionais da Amazônia - GELPEA
4º Seminário Brasileiro / 1º Seminário Internacional de Estudos Culturais e Educação ULBRA Comunicação oral Canoas - RS - 23 a 25 de maio de 2011.


II SINALEL - II Simpósio Nacional de Letras e Linguística e I Simpósio Internacional de Letras e Linguística -“Linguagem, história e memória” Universidade Federal de Goiás - Campus Catalão • comunicação Campus Catalão 7 a 10 de junho de 2011.


II Colóquio de Ensino, Pesquisa e Extensão em Língua e Literatura DLLT- Departamento de Língua e Literatura da UEPA • Conferência; • Comunicações - Belém- PA 16 e 17 de junho de 2011.
.
SIELP - Simpósio Internacional de Ensino de Língua Portuguesa Universidade Federal de Uberlândia • comunicação. • painel Uberlândia, MG - 16 e 17 de junho de 2011.


18º INPLA - Intercâmbio de Pesquisas em Linguística Aplicada Pontifícia Universidade Católica-SP. • sessão coordenada. • comunicação. • pôster São Paulo - PUC 23 a 25 de junho de 2011.


59º Seminário do GEL - Grupo de Estudos Linguísticos do Estado de São Paulo GEL • painel. • comunicação. • simpósio Universidade Sagrado Coração – Bauru, SP 06 a 08 de julho de 2011.


VII SELIMEL - Seminário de Ensino de Língua Materna, Estrangeira e Literatura Universidade Federal de Campina Grande, PB • comunicação. • sessão coordenada. • pôster Campina Grande, PB 09 a 12 de agosto de 2011.


VI SIGET - Simpósio Internacional de Estudos de Gêneros Textuais Universidade Federal do Rio Grande do Norte • comunicação em simpósio. • comunicação individual. • pôster Natal/RN - Campus Universitário Lagoa Nova 16 a 19 de agosto de 2011.


XX EPENN - Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e Nordeste – “Educação, Culturas e Diversidades” Universidade Federal do Amazonas • comunicação. • pôster Manaus 23 a 26 de agosto de 2011.


II SISEL - Seminário: Interação e Subjetividade no Ensino de Línguas Universidade Federal do Pará • comunicação oral Belém 22 a 24 de setembro de 2011.


V ECLAE - Encontro das Ciências da Linguagem Aplicadas ao Ensino Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste (GELNE) • comunicações coordenadas; • comunicações individuais. • apresentação de pôster Natal. 12 a 15 de outubro de 2011.
IX Congresso Latino-Americano de Estudos do Discurso ALED 2011 Universidade Federal de Minas Gerais • conferência plenária. • seminário temático. • comunicação individual. • pôster. • mini-curso Belo Horizonte, MG 1 a 4 de novembro de 2011.


I Congresso Internacional sobre Surdez - Educação, Tradução e Interpretação Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP Campinas, SP 18 a 20 de novembro de 2011.


XIII Simpósio Nacional de Letras e Linguística e III Simpósio Internacional de Letras e Linguística Universidade Federal de Uberlândia • comunicação em grupo temático. • painel Uberlândia, MG 23 a 25 de novembro de 2011.

07/05/2011

II Seminário Interação e Subjetividade no ensino de línguas (SISEL)

Dias 22 a 24 de setembro de 2011


Realização: Universidade Federal do Pará.
Segundo os organizadores, o evento propõe “instigar uma reflexão ativa sobre os rumos que o ensino de língua vem tomando no Brasil, propondo que cada participante tome a palavra não apenas para expor o trabalho que vem desenvolvendo, mas para discutir de que forma os resultados de seu trabalho podem ajudar a responder se dá no mesmo ensinar gêneros e trabalhar com textos”.
A escolha do tema do evento está relacionada ao fato de que “as propostas de ensino centradas no gênero e aquelas centradas no texto assemelham-se em diversos pontos. Em comum, elas preconizam, por exemplo, que os textos produzidos pelos alunos devem ser tomados como parâmetro para a avaliação dos conhecimentos que eles já possuem, ou ainda, que a organização dos conteúdos de ensino deve orientar-se por uma avaliação constante dos avanços dos alunos e não por uma suposta escala universal de complexidade. Mas há espaços em que os conceitos de gênero e de texto deixam de se recobrir e, tomados como finalidade última do ensino, conduzem a conseqüências muito distintas”. Nessa perspectiva, o evento se propõe a discutir as consequências distintas de se trabalhar com o gênero do texto ou se trabalhar com o texto propriamente dito.
As inscrições com apresentação de trabalho (modalidade comunicação oral) se iniciam no dia 1 de abril e vão até o dia 31 de julho de 2011.