24/05/2011

Comunicação no 4º SBECE e 1º SIECE.

O professor José Anchieta Bentes apresentou hoje, pela parte da tarde, a comunicação “Construção de um paradigma para analisar o fenômeno da (a)normalidade”, no 4º Seminário Brasileiro de Estudos Culturais e Educação (4º SBECE) e 1º Seminário Internacional de Estudos Culturais e Educação (1º SIECE). Os seminários estão acontecendo de 23 a 25 de maio de 2011 em Canoas - Rio Grande do Sul.




O resumo da apresentação:

Construção de um paradigma para analisar o fenômeno da (a)normalidade



Os estudos da deficiência relacionam pesquisas da questão social da deficiência com os estudos sobre raça, gênero, classe social, nacionalidade, arte e outros. Tais estudos pretendem constituir um agrupamento instável com interesses os mais diversos, unidos pela reivindicação contra os padrões de normalidade que oprimem e rejeitam os corpos anormais. Este trabalho tem a orientação epistemológica dos estudos socioculturais da deficiência, que em linhas gerais pretende uma revisão da dicotomia entre corpo normal versus anormal. Tal escolha não tem a intenção de negar a construção teórica desenvolvida para diagnosticar e prevenir que crianças nasçam com alguma lesão ou a adquiram em decorrência de acidente; também não pretende subestimar os avanços realizados pela pesquisa experimental, que descrevem comportamentos previsíveis na aquisição de informação conceitual e nos processos de compreensão de leitura e fala de vocábulos ou sentenças em crianças com ou sem deficiência. Almeja-se, no entanto, centrar o objeto de estudo na sociedade, na cultura que reproduzem discursos a respeito dos corpos lesionados. O objeto de estudo são as representações ou discursos que regulam o modo de pensar sobre as pessoas deficientes. Essas representações são a respeito dos procedimentos metodológicos, das escolhas dos objetos e instrumentos de ensino, dos procedimentos avaliativos, dos fatos e conflitos que ocorrem no campo de trabalho, das funções do ensino especial e inclusivo, das aprendizagens dos alunos e das políticas públicas que foram desenvolvidas nas escolas. A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas, das quais se depreendem discursos de representações sociais das professoras que atuaram em duas escolas especiais de surdos: O Instituto Nacional de Surdos (INES), localizada no Rio de Janeiro-RJ e a Unidade de Educação Especial Professor Astério de Campos (UEESPAC), localizada em Belém-Pa. O papel do pesquisador, neste caso, é filtrar as representações dadas pelos participantes, buscando razões que expliquem as suas participações nos fatos relatados. Os resultados indicam discursos capacitistas e normalizadores, mas também, já se constata afirmações e ações que no trabalho docente vão ser caracterizados de disnormalizadores.

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