Participamos do CIAD, na UFRJ. A abertura foi com os prof. Patrick Charaudeu e Dominique maingueneau. Apresentarei aqui algumas anotações sobre a fala de Charaudeu.
O Prof. Charaudeu, de uma maneira descontraída, apresentou fatos ocorridos em suas vindas ao Brasil. Desses fatos, levantou a hipótese de que o brasileiro sabe modalizar: “Eu acho que posso” (referindo a um carregador de bagagem no aeroporto), “é pertinho...” (demora cerca de uma hora). Parece que o verbo achar é mágico. O professor usou o verbo para se livrar de um assaltante: “eu acho que eu vou me zangar!” E os assaltantes saíram correndo. No hotel, disseram: “eu acho que o senhor teve muita sorte.”
A partir desses exemplos, se formula a tese da modalidade enunciativa. Tais atitudes são características de identidades, ou rituais sociolinguísticos.
Os brasileiros têm uma maneira efusiva para saudar. E para agredir pode ser muito sutil.
Outra questão colocada foi a distinção entre o ponto de vista da língua e o ponto de vista do discurso. No ponto de vista da língua se discute um conjunto de marcas presentes no texto ou enunciado. Algumas categorias: pronomes, tempos do verbo, dêiticos, verbos e advérbios.
No ponto de vista do discurso se discute o processo de encenar o seu dizer, a situação de interação, a imagem do seu interlocutor, o universo de saber do seu interlocutor.
O que predomina é o o ponto de vista do discurso: é a partir dele que realizamos as estratégias e utilizamos os elementos linguísticos.
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