05/09/2010

O trabalho docente na educação de surdos

JOSÉ ANCHIETA BENTES (UFSCAR)
O trabalho docente na educação de surdos

Esta comunicação apresenta algumas das representações sociais de professoras sobre suas formas de trabalhar com surdos. O interesse primário são as práticas docentes relacionados aos fatos ocorridos em sala de aula e as concepções das professoras sobre a pessoa surda, sobre suas práticas em sala de aula e sobre a inclusão. A relevância desse interesse ocorre em função de se conhecer como se trabalha na educação de surdos para propor reflexões e reformulações às políticas normalizadoras que ainda ocorrem na educação de pessoas deficientes. Com base na teoria de representações sociais e nos pressupostos da pesquisa transdisciplinar, o problema de pesquisa é: por trás de uma (aparente) variabilidade inter-professoras no modo de trabalhar com surdos, que representações sociais predominam na educação dos alunos surdos? O trabalho com o surdo está orientado para a normalização ou para a disnormalização? Busca-se, especificamente, verificar, na amostra pesquisada, as situações-problema e soluções apresentadas pelas professoras, centrando-se no que é efetivamente ensinado, nas metodologias, nos objetivos, nas formas de avaliação subjacente a cada prática de sala de aula, nas duas escolas públicas especiais, a Federal: o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES-Rio de Janeiro-RJ), e a Estadual, Unidade de Educação Especializada Professor Astério de Campos (UEESPAC-Belém-Pa). Em tais estudos, questionam-se as perspectivas discursivas estabelecidas de normalidade e de anormalidade dos corpos, que fundamentam grande parte do que se diz, do que se faz, do que se quer com a educação de pessoas deficientes e particularmente de pessoas surdas. As observações indicam que discursos capacitistas e normalizadores são predominantes, mas também já se observam afirmações e ações que no trabalho vão ser caracterizados de disnormalistas.

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