Iniciou com a relação com o artigo de Bakhtin “O autor e Herói”, presente em Estética da criação verbal. Para Bakhtin, o texto é decorrente de um projeto de discurso do autor e o personagem, resultado desse projeto, acaba por ser tomado como ser acabado, concluso. Essa condição é oposta à condição do autor que, enquanto ser vivente, real, existe de modo inconcluso; cada ato de um ser vivente, real (não produto de um isolamento/acabamento estético), se configura como um evento, i. e., revela a singularidade constitutiva de cada indivíduo em sua relação com o universo, com o outro, no eterno devir que caracteriza o mundo dos fatos.
Na introdução, Ponzio afirma que Bocharov intitulou o texto de Bakhtin em tela como “K filosofia postupka”, em que a palavra “Postupok” se faz presente, significando “ato, de pensamento, de sentimento, de desejo, de fala, de ação, que é intencional, e que carcteriza a singularidade, a peculiaridade, o monograma de cada um, em sua unicidade, em sua impossibilidade de ser substituído, em seu dever responder, responsavelmente, a partir do lugar que ocupa, sem álibi e sem exceção” (p. 10).
Existir evento único – não nos confundimos com ninguém. Por isso responder a uma formulação ética, estética.
Ato responsável = tem a ver com “Responsivo”, quando participo da formulação do ato.
A teoria, se isolada de atos responsivos, não levada ao conhecimento dos indivíduos para que estes possam responder ativamente à proposição teórica elaborada, tende a gerar consequências nefastas. Como exemplo, citou o uso da física quântica como nefasta quando deu origem à bomba atômica.
Ética – se for tomada como conjunto de normas e regras elaboradas fora da orientação moral de consciências individuais (ética conteudística), também tem consequências desastrosas. Citou Hitler: Um povo tem uma pureza, por isso tem que dizimar pessoas. Se as pessoas não têm condições de se posicionar, as consequências são desastrosas.
Conclui: em que medida a gente se vê em situação de impotência, como as regras são formuladas?
A gente tem responsabilidade em função da discussão. Cita a Lei que reduz a idade para criminalizar o menor.
O nosso viver é um eterno devir. Não temos condições de depois de aprovado, como pode ser feito em uma novela, alterar o fim, as consequências.
Como a nossa existência é perpassada por regras, acabadas, que são formulações da cultura. A escola tem sua cultura. Tem as suas imposições. Não abre para atos responsáveis.
Como pensar o ensino de língua em uma cultura rígida, inflexível. Precisamos pensar coletivamente.
A ética é quando posso participar da formulação das regras.
Qualquer formulação abstrata que não permita a compreensão, participação, não se constitui um ato responsável. O ato só é responsável se tiver uma posição responsiva.
Estamos nos aproximando ao que preceitua o filme “AI Inteligência Artificial” – o homem criou uma máquina tão perfeita que tem sentimento. No final o sofrimento tanto para o menino, que já tinha sentimentos humanos, quanto para a mãe. Temos responsabilidade pelas conseqüências advindas dessas proposições teóricas.
A prof. Dorcas emitiu posicionamento sobre o ensino de filosofia e preocupação a respeito da ética e do fato de professores pouco estudarem.
A prof. Sueli falou sobre a ruptura entre o núcleo duro da linguística e a lingüística aplicada e pergunta: a que tem servido a língua? A gente está em uma profissão que pára para pensar, qual é o nosso papel, quais os nossos atos responsáveis? Nós somos revolucionários!
A prof. Fátima falou do seu encantamento pela teoria de Bakhtin. Os professores não estabelecem relação de alteridade, de responsabilidade com os alunos, com a escola. A gente é fadado a agir, sempre.
A prof. Débora citou a dificuldade da leitura. Prestigiou a exposição da prof. Patrícia. Duas palavras a “ética” e a “escolha”. Como podemos “Não estar nem ai?”. Não tem ninguém que impeça a nossa escolha em sala de aula. Salas numerosas. Os efeitos do modo, dependo das escolhas, olhando aluno com respeito, como pessoa podem fazer a diferença.
A prof. Marceone parabenizou a exposição. Refletiu o nosso trabalho, nossa vida, sobre a reformulação que deve ocorrer sempre. A preocupação com o ensino à distância (EAD): cada um vem trazendo aqui reflexões, posicionamentos. O que fazemos em sala pode proporcionar reflexão sobre o mundo. Como ocorre a interação à distância? Muitos alunos sequer se identificam com o curso. Se no presencial já é difícil conseguir uma responsabilidade, quanto mais difícil a distância, no interior. Como contribuir para essa formação crítica? De um ato responsável?
A prof. Rita indicou que podemos ressignificar nossas práticas. Utilizando instrumentos, citando a dialética, pensar nos contrários. Não a língua formatada, mas reconfigurando os instrumentos. É possível conseguir interação entre os participantes do EAD. Para reverter o uso dos instrumentos que nos manipulam, nos oprimem.
A prof. Socorro afirmou que a fala da Patrícia convoca para o ensino do gênero. Considera que esse tipo de ensino não é uma proposta acabada. Podemos nos apropriar dessas teorias, discutindo, para olhar as nossas metodologias.
A prof. Simone resgata a fala de trabalhar à distância. Informa que nesse tipo de trabalho os alunos têm um perfil diferente do presencial. Relata que quando o aluno posta uma informação, uma atividade, esta pode não ter resposta imediata, podendo causar frustração. Conclui que a EAD vai depender da metodologia e do material utilizado. O Currículo é montado, mas pode ser desmontado. Isso exige do professor um agir diferente – implica conhecer as características do aluno, refletir se o que faz é correto. Esse agir revolucionário tem que ser pautado na reflexão e na ação.
A prof Patrícia retomou a partir do termo interação. Como eu me posiciono com responsibilidade ativa? Esta não só ocorre de maneira manifesta. Não é por que não coloco no fórum que não está tendo interação. Pode ser com um texto ou não. O ato não é só com o dizer, é com ação, com sentimento, com desejo.
Também se expressou com relação a posição teórica e com o agir de maneira responsável. Citando Bakhtin (2010, p. 43):
“O ato da atividade, de cada um, da experiência que cada um vive, olha, como um Jano bifronte, em duas direções opostas: para a unidade objetiva de um domínio da cultura e para a singularidade irrepetível da vida que se vive, mas não há um plano unitário e único em que as duas faces se determinem reciprocamente em relação a uma unidade única”.
Penso na sala de aula, no trabalho da Prof. Bernadete, quando realizei minha pesquisa. Este trabalho é diferente em relação as outras práticas de educação básica.
A prof. Sueli fechou a discussão. Disse que era contra a EAD devido à formatação, a precarização, a segmentação do trabalho docente. Mas, dada as dimensões territoriais, não dá para deixar de implementar. Essa implementação deve ser feita com críticas. Nas apresentações de EAD tá tudo muito quieto, só tem trabalhos de valorização da EAD, é preciso escrever fazendo outras análises.
Próxima reunião - 16/04 - sábado - Apresentação das comunicações para o CIELLA, que ocorrerá 18, 19, 20 de abril. Haverá apresentações dos professores a) Anchieta; b) Rita Leal e Rita Bentes; c) Sueli. A reunião será pela parte da tarde às 15 horas, na UEESPAC- Unidade Educacional Especializada Profº Astério de Campos.
Na introdução, Ponzio afirma que Bocharov intitulou o texto de Bakhtin em tela como “K filosofia postupka”, em que a palavra “Postupok” se faz presente, significando “ato, de pensamento, de sentimento, de desejo, de fala, de ação, que é intencional, e que carcteriza a singularidade, a peculiaridade, o monograma de cada um, em sua unicidade, em sua impossibilidade de ser substituído, em seu dever responder, responsavelmente, a partir do lugar que ocupa, sem álibi e sem exceção” (p. 10).
Existir evento único – não nos confundimos com ninguém. Por isso responder a uma formulação ética, estética.
Ato responsável = tem a ver com “Responsivo”, quando participo da formulação do ato.
A teoria, se isolada de atos responsivos, não levada ao conhecimento dos indivíduos para que estes possam responder ativamente à proposição teórica elaborada, tende a gerar consequências nefastas. Como exemplo, citou o uso da física quântica como nefasta quando deu origem à bomba atômica.
Ética – se for tomada como conjunto de normas e regras elaboradas fora da orientação moral de consciências individuais (ética conteudística), também tem consequências desastrosas. Citou Hitler: Um povo tem uma pureza, por isso tem que dizimar pessoas. Se as pessoas não têm condições de se posicionar, as consequências são desastrosas.
Conclui: em que medida a gente se vê em situação de impotência, como as regras são formuladas?
A gente tem responsabilidade em função da discussão. Cita a Lei que reduz a idade para criminalizar o menor.
O nosso viver é um eterno devir. Não temos condições de depois de aprovado, como pode ser feito em uma novela, alterar o fim, as consequências.
Como a nossa existência é perpassada por regras, acabadas, que são formulações da cultura. A escola tem sua cultura. Tem as suas imposições. Não abre para atos responsáveis.
Como pensar o ensino de língua em uma cultura rígida, inflexível. Precisamos pensar coletivamente.
A ética é quando posso participar da formulação das regras.
Qualquer formulação abstrata que não permita a compreensão, participação, não se constitui um ato responsável. O ato só é responsável se tiver uma posição responsiva.
Estamos nos aproximando ao que preceitua o filme “AI Inteligência Artificial” – o homem criou uma máquina tão perfeita que tem sentimento. No final o sofrimento tanto para o menino, que já tinha sentimentos humanos, quanto para a mãe. Temos responsabilidade pelas conseqüências advindas dessas proposições teóricas.
A prof. Dorcas emitiu posicionamento sobre o ensino de filosofia e preocupação a respeito da ética e do fato de professores pouco estudarem.
A prof. Sueli falou sobre a ruptura entre o núcleo duro da linguística e a lingüística aplicada e pergunta: a que tem servido a língua? A gente está em uma profissão que pára para pensar, qual é o nosso papel, quais os nossos atos responsáveis? Nós somos revolucionários!
A prof. Fátima falou do seu encantamento pela teoria de Bakhtin. Os professores não estabelecem relação de alteridade, de responsabilidade com os alunos, com a escola. A gente é fadado a agir, sempre.
A prof. Débora citou a dificuldade da leitura. Prestigiou a exposição da prof. Patrícia. Duas palavras a “ética” e a “escolha”. Como podemos “Não estar nem ai?”. Não tem ninguém que impeça a nossa escolha em sala de aula. Salas numerosas. Os efeitos do modo, dependo das escolhas, olhando aluno com respeito, como pessoa podem fazer a diferença.
A prof. Marceone parabenizou a exposição. Refletiu o nosso trabalho, nossa vida, sobre a reformulação que deve ocorrer sempre. A preocupação com o ensino à distância (EAD): cada um vem trazendo aqui reflexões, posicionamentos. O que fazemos em sala pode proporcionar reflexão sobre o mundo. Como ocorre a interação à distância? Muitos alunos sequer se identificam com o curso. Se no presencial já é difícil conseguir uma responsabilidade, quanto mais difícil a distância, no interior. Como contribuir para essa formação crítica? De um ato responsável?
A prof. Rita indicou que podemos ressignificar nossas práticas. Utilizando instrumentos, citando a dialética, pensar nos contrários. Não a língua formatada, mas reconfigurando os instrumentos. É possível conseguir interação entre os participantes do EAD. Para reverter o uso dos instrumentos que nos manipulam, nos oprimem.
A prof. Socorro afirmou que a fala da Patrícia convoca para o ensino do gênero. Considera que esse tipo de ensino não é uma proposta acabada. Podemos nos apropriar dessas teorias, discutindo, para olhar as nossas metodologias.
A prof. Simone resgata a fala de trabalhar à distância. Informa que nesse tipo de trabalho os alunos têm um perfil diferente do presencial. Relata que quando o aluno posta uma informação, uma atividade, esta pode não ter resposta imediata, podendo causar frustração. Conclui que a EAD vai depender da metodologia e do material utilizado. O Currículo é montado, mas pode ser desmontado. Isso exige do professor um agir diferente – implica conhecer as características do aluno, refletir se o que faz é correto. Esse agir revolucionário tem que ser pautado na reflexão e na ação.
A prof Patrícia retomou a partir do termo interação. Como eu me posiciono com responsibilidade ativa? Esta não só ocorre de maneira manifesta. Não é por que não coloco no fórum que não está tendo interação. Pode ser com um texto ou não. O ato não é só com o dizer, é com ação, com sentimento, com desejo.
Também se expressou com relação a posição teórica e com o agir de maneira responsável. Citando Bakhtin (2010, p. 43):
“O ato da atividade, de cada um, da experiência que cada um vive, olha, como um Jano bifronte, em duas direções opostas: para a unidade objetiva de um domínio da cultura e para a singularidade irrepetível da vida que se vive, mas não há um plano unitário e único em que as duas faces se determinem reciprocamente em relação a uma unidade única”.
Penso na sala de aula, no trabalho da Prof. Bernadete, quando realizei minha pesquisa. Este trabalho é diferente em relação as outras práticas de educação básica.
A prof. Sueli fechou a discussão. Disse que era contra a EAD devido à formatação, a precarização, a segmentação do trabalho docente. Mas, dada as dimensões territoriais, não dá para deixar de implementar. Essa implementação deve ser feita com críticas. Nas apresentações de EAD tá tudo muito quieto, só tem trabalhos de valorização da EAD, é preciso escrever fazendo outras análises.
Próxima reunião - 16/04 - sábado - Apresentação das comunicações para o CIELLA, que ocorrerá 18, 19, 20 de abril. Haverá apresentações dos professores a) Anchieta; b) Rita Leal e Rita Bentes; c) Sueli. A reunião será pela parte da tarde às 15 horas, na UEESPAC- Unidade Educacional Especializada Profº Astério de Campos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário